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Pesquisadores descobrem novo mecanismo envolvido na metástase do melanoma

O câncer de pele é uma doença com alta prevalência no país e no mundo, sendo a exposição solar excessiva e sem proteção uma das principais causas do seu desenvolvimento.

Dentre os tipos de câncer de pele, o mais preocupante e grave é o melanoma. Apesar de possuir uma baixa incidência na população, esse tipo de câncer possui pior prognóstico e um alto índice de mortalidade se diagnosticado de forma tardia. E muito dessa agressividade é devido à sua capacidade de disseminação para outros órgãos e tecidos (metástases), o que diminui a chance de cura.

Felizmente, avanços científicos para o entendimento da fisiopatologia da doença possibilitaram um aumento na sobrevida e qualidade de vida em pessoas diagnosticadas com melanoma avançado.

Descoberta dos mecanismos de metástase do melanoma

Uma pesquisa científica publicada em uma prestigiada revista do Grupo Nature, descobriu que uma molécula chamada NGFR é responsável pelo processo de metástase precoce no melanoma. E mais do que isso, os cientistas descobriram que bloquear essa molécula reduz de forma muito significativa as metástases em modelos animais.

A chave de toda essa descoberta está em pequenas partículas chamadas de exossomos. Os exossomos são pequenas vesículas que são liberadas de forma controlada por todas as células do nosso corpo e que carregam em seu interior, algumas proteínas e parte do material genético celular. Depois de liberadas pelas células, essas vesículas podem circular pelo corpo por meio do sangue ou do sistema linfático.

A grande questão é que as células tumorais também são capazes de liberar exossomos e, ao que tudo indica, são essas estruturas que propiciam a formação de metástases. Os exossomos circulam pelo corpo até chegar aos linfonodos chamados sentinelas, que são os locais onde a metástase se inicia. Os linfonodos são pequenas estruturas que funcionam como “filtros” para substâncias nocivas presentes em nosso corpo. Eles contêm células do sistema imunológico que ajudam a combater infecções, atacando e destruindo microrganismos que são transportados pelo líquido linfático.

Os exossomos preparam então o ambiente nestes linfonodos sentinelas para possibilitar as metástases, transferindo informações biológicas de modo a instruir o linfonodo a promover a metástase antes mesmo das próprias células tumorais viajarem pelo corpo. E é justamente nesse processo que a molécula NGRF é fundamental.

O papel da molécula NGFR no processo de metástase

No linfonodo, os exossomos promovem, por meio da molécula de NGFR, um aumento no número de vasos linfáticos e adesão de células tumorais, o que permite a sobrevivência e migração dessas células para outros locais. Assim, é possível “manipular” o comportamento das células linfáticas por meio dos exossomos e do NGRF para facilitar a metástase.

Depois dessa descoberta, a equipe de cientistas decidiu estudar as consequências do bloqueio durante a expansão das células tumorais em camundongos. Para fazer isso, eles usaram uma abordagem na qual eliminaram geneticamente o NGFR dos exossomos e uma abordagem farmacológica, onde utilizaram o inibidor de NFGR chamado THX-B. E em ambos os experimentos a metástase foi drasticamente reduzida! Estes são resultados empolgantes, pois o THX-B pode se tornar um dos primeiros tratamentos para combater as metástases do melanoma em seu início.

Novo biomarcador para metástase precoce do melanoma.

A metástase é a causa de 90% das mortes por câncer, pois a maioria dos diagnósticos é tardia. A identificação do momento em que o tumor vai promover metástases (antes mesmo que aconteça) é fundamental para a contenção e tratamento da doença. Atualmente, não há marcadores precoces para o melanoma ou marcadores de previsão da doença. Portanto, descobrir métodos precisos para diagnóstico utilizando biomarcadores pode melhorar muito o prognóstico dos pacientes.

Nesse sentido, o estudo descobriu que um maior número de células metastáticas que expressam NGFR no linfonodo sentinela se correlaciona positivamente com um pior prognóstico da doença. Por isso, os pesquisadores propõem que o NGFR seja utilizado como um novo biomarcador da metástase precoce do melanoma.

É importante ressaltar que mais estudos, incluindo em humanos, devem ser conduzidos em breve para avançar na pesquisa. Além disso, a droga THX-B está sendo testada para o tratamento de outras patologias, o que pode acelerar ainda mais o seu desenvolvimento para o tratamento de tumores.

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 Referência:

García-Silva, S., Benito-Martín, A., Nogués, L. et al. (2021). Melanoma-derived small extracellular vesicles induce lymphangiogenesis and metastasis through an NGFR-dependent mechanism. Nat Cancer. DOI: 10.1038/s43018-021-00272-y

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