Laço do Mês - Câncer de Esôfago
O câncer já superou as doenças cardiovasculares como maior causa de morte em 476 das 5.570 cidades brasileiras, nas estatísticas de mortalidade de 2014, as mais recentes publicadas pelo Datasus. O câncer do esôfago tem média a alta incidência na região sul do Brasil.
O esôfago é um órgão tubular oco, com aproximadamente 25 cm de comprimento, que faz parte do sistema digestório.
É através do esôfago que alimentos chegam ao estômago, impulsionados por movimentos peristálticos involuntários e automáticos que promovem o avanço de seu conteúdo.
No câncer de esôfago as células malignas geralmente começam a desenvolver-se no revestimento interno, podendo, na sua evolução, atingir outras camadas mais profundas.
Os tipos de câncer de esôfago mais frequentes são o carcinoma espinocelular ou epidermoide e o adenocarcinoma.
O primeiro implica em alterações das células escamosas e ocorre na maioria das vezes na parte inicial e média do esôfago. O segundo envolve alterações das células glandulares e é mais frequente na porção distal do órgão. O carcinoma epidermoide escamoso é responsável por grande parte dos casos de câncer do esôfago.
Causas
A irritação crônica do esôfago pode contribuir para mudanças no DNA das células que o revestem, facilitando o aparecimento de tumores malignos.
O fumo é o principal fator de risco para a doença. O outro é a ingestão sistemática de álcool.
Além dos já citados, são considerados fatores de risco para o aparecimento do câncer de esôfago:
- Esôfago de Barrett e esofagite de refluxo – alteração na forma das células que revestem a parte inferior do esôfago, provocada pela acidez do refluxo gastroesofágico;
- Acalasia – alteração na cárdia (esfíncter esofágico inferior) que dificulta a passagem do alimento para o estômago e pode evoluir para a dilatação do esôfago;
- Tilose – hiperqueratose palmar e plantar (endurecimento da pele provocado pela produção excessiva de queratina);
- Megaesôfago causado pela doença de Chagas que leva à perda dos movimentos peristálticos;
- Homens com idade superior a 50 anos;
- Dieta pobre em frutas, legumes, verduras e vitaminas A, B e C;
- Consumo de alimentos e de líquidos muito quentes;
- Obesidade;
- Ingestão acidental ou não de produtos cáusticos;
- Tumores de garganta, boca e pescoço.
Sintomas
Na maioria das vezes, a dificuldade de engolir (disfagia) já sinaliza doença em estado avançado. A disfagia progride de alimentos sólidos até pastosos e líquidos. A perda de peso pode chegar até 10% do peso corporal.
Diagnóstico
A detecção precoce é muito importante, já que a doença é bastante agressiva, devido ao esôfago não possuir membrana. Com isso, há infiltração das células cancerosas nas estruturas vizinhas ao órgão, disseminação para os gânglios linfáticos e metástases (surgimento da doença em órgãos distantes) com grande frequência.
É feito através da endoscopia digestiva (exame de imagem que investiga o interior do tubo digestivo) com biópsia para confirmação histológica.
Tratamento
Cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinadas, de acordo com a avaliação médica.
Para tumores iniciais pode ser indicada a ressecção endoscópica (retirada do tumor com acesso pela boca, sem necessidade de cortes). No entanto, este tipo de tratamento é bastante raro.
A cirurgia radical (esofagectomia) é uma opção para a retirada do tumor por via aberta e pode ser realizada de acordo com diferentes técnicas. Há situações, porém, em que é necessário diminuir o tamanho da lesão antes de intervir cirurgicamente.
Prevenção
A prevenção do câncer de esôfago está diretamente relacionada com os bons hábitos de vida. Dieta rica em frutas e legumes. Evitar o consumo frequente de bebidas muito quentes, alimentos defumados, bebidas alcoólicas e derivados do tabaco.
No mês de março as atenções estão voltadas à prevenção do câncer de testículo, câncer de esôfago e cabeça e pescoço. Clique aqui e confira a matéria sobre câncer de testículo e câncer de cabeça e pescoço.
Atenção: A informação existente neste conteúdo pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança .