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Novembro Azul e o Câncer de Próstata

O movimento Novembro Azul tem como objetivo promover um mês inteiro de mobilizações focado na saúde do homem, não somente voltado ao câncer de próstata, mas sim na saúde integral. É por meio da informação, dos cuidados com a saúde e mudança de hábitos que as doenças podem ser prevenidas ou diagnosticadas precocemente.

A matéria principal deste mês é sobre biópsia de próstata com informações gerais deste procedimento.

 

OBTENÇÃO E ENVIO DO MATERIAL DE PUNÇÃO-BIÓPSIA DE PRÓSTATA

O que é uma biópsia? 

A biópsia é um procedimento comum na prática médica, mas que ainda é pouco entendido pela maioria da população.

O termo biópsia é utilizado para todo procedimento médico no qual uma pequena amostra de um tecido (conjunto de células) é retirada de um órgão de um ser vivo para avaliação microscópica pelo médico patologista à procura de doenças.

A biópsia da próstata é feita, portanto, retirando-se uma pequena amostra da próstata para posterior avaliação em um microscópio óptico por um médico patologista à procura de alterações como por exemplo de um câncer de próstata

Quais são as indicações para a realização de uma biópsia de próstata?

Habitualmente, a biópsia da próstata é indicada quando o médico urologista suspeita da presença de um câncer da próstata após uma avaliação clínica, laboratorial e radiológica inicial.

Os principais dados que levam o médico urologista a indicar uma biópsia são um exame do antígeno prostático específico (PSA) alterado, um exame físico que identifique tumoração ou irregularidades da próstata e/ou um exame de imagem (ultrassonografia ou ressonância magnética) que detecte uma alteração suspeita.

Qual é o tamanho de uma biópsia da próstata?

Os fragmentos cilíndricos obtidos numa biópsia têm um comprimento máximo de 2,0cm e, recomenda-se, que não sejam, inferiores a 1,0cm de comprimento.

que é a biópsia sextante?

A biópsia é dita sextante, pois se divide a próstata em seis regiões, das quais serão retirados os fragmentos da biópsia.

As regiões são:

  1. Basal direita
  2. Basal esquerda
  3. Mediana direita
  4. Mediana esquerda
  5. Apical direita
  6. Apical esquerda

Como deve ser enviado o material de biópsia para o laboratório de patologia?

A biópsia de cada região deve ser enviada em um frasco separado contendo formol para preservação do material. Cada frasco deve ser devidamente identificado de acordo com o local biopsiado (ver pergunta 4) e o nome completo do paciente. Em algumas situações, é enviado em um frasco separado, a biópsia da região suspeita de ter o câncer.

Quanto tempo para o resultado ficar pronto?

O resultado costuma ficar pronto em média dentro de uma semana.

Por que o resultado não fica pronto no mesmo dia da entrega do material? 

Todo diagnóstico anatomopatológico tem, por trás de si, um processo quase artesanal. Para emitir seu laudo, o médico patologista precisa analisar as amostras minuciosamente no microscópio.

 Longe de ser um diagnóstico automatizado impresso rapidamente por uma máquina, ele leva tempo e envolve etapas como: exame da amostra a olho nu (exame macroscópico); processos químicos para preservação do material (técnicas de fixação e de inclusão em parafina); o corte do bloco de parafina e o procedimento de coloração dos tecidos para que as lâminas fiquem prontas para serem analisadas pelo médico patologista.

Depois disso o especialista utiliza anos de experiência e estudo para comparar as imagens obtidas e poder emitir seu parecer. Só assim ele consegue indicar qual é a doença em questão, seu grau histológico quando indicado e a melhor conduta que a equipe médica deve considerar.

O que faz o médico patologista?

Esse profissional determinará a presença ou ausência de malignidade (exemplo: adenocarcinoma) nas amostras que recebeu, assim como outras alterações comuns como por exemplo: prostatite, atrofia, neoplasia intraepitelial da próstata (PIN/NIP) e adenose.

Nos casos de câncer o médico patologista fornecerá informações importantes para auxiliar nas decisões terapêuticas e no prognóstico, como por exemplo: tamanho do carcinoma e graduação histológica.

Outra alteração é a proliferação de ácinos atípicos suspeitos, mas não diagnósticos de adenocarcinoma. Esta situação demanda uma estratégia personalizada, como por exemplo o estudo imuno-histoquímico.

O médico patologista e o médico assistente conversam entre si?

Isto é fundamental para o diagnóstico, pois a biópsia sozinha, muitas vezes, não é o suficiente para diagnosticar o tipo de câncer e fornecer seu prognóstico.

O exame histológico de uma amostra de tecido é parte importante da investigação clínica de uma doença. Ainda assim, a investigação completa inclui o exame clínico, além de exames de sangue, imagem e até outras biópsias, sempre que houver necessidade para o esclarecimento do diagnóstico e do prognóstico.

O que deve constar nas informações clínicas enviadas ao médico patologista?

Nas informações clínicas, devem constar a idade do paciente, níveis de antígeno prostático específico (PSA), achados do exame físico e do exame de imagem, eventual irradiação prévia e vigência de terapêutica hormonal. Estas duas últimas informações são críticas para a interpretação adequada das lesões.

Exame microscópico de biópsia da próstata:

             

Adenocarcinoma da próstata, HE, 100x                        Adenocarcinoma da próstata, AMACR, 100x

 

TEXTO ESCRITO PELO DR. ISNARD ELMAN LITVIN, MÉDICO PATOLOGISTA DO GRUPO DIAGNOSE.

No mês de novembro as atenções estão voltadas à prevenção do câncer de próstata, câncer de estômago e pulmão. Clique aqui e confira as matérias sobre câncer de pulmão e câncer de estômago.

Atenção: A informação existente neste conteúdo pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.

 

 

Fonte:  http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home

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